sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O ponto médio da morte.

Hoje decidi que, por ser um dia que eu não estive inspirada, seria obrigada a escrever.

    Com o passar rápido do tempo e as cobranças impostas sobre o que falarmos, o que usarmos e o comprarmos, acabei por não perceber o rosto da pessoas, acabei por me acostumar a tê-las como fotografias, sabe aquelas digitalizadas que nunca envelheçem?! Então.
    Estava eu revendo umas fotos antigas de algum álbum da família quando me percebi outra. Magra, cabelo vermelho, piercing na sombrancelha, enfim... outra, e o pior.. com outras pessoas, pessoas que não poderiam ser os meus amigos que hoje tenho.
    É... é estranho como desde pequenos somos levados a pensar na morte como algo finito, como um ponto final em nossas vidas. Não paramos pra pensar nas mortes celulares que ocorrem a cada segundo, nas mortes de brinquedos que com qualquer pedaço de fita se reconstroem como se fossem novos. Penso que a morte seja sempre uma espécie de abandono, abandono de uma vida pacata para uma agitada já é uma morte, abandono dos velhos costumes, das velhas roupas, dos velhos pensamentos, dos velhos comportamentos... TUDO É MORTE!
Ah, pensando assim, como é suave o sabor da morte, é um sabor de amadurecimento, de renovação, reconstrução... Não crie seus filhos como se você fosse morrer amanhã e nem como se fosse viver pra sempre, não abuse hoje pra não faltar amanhã mas tambem não guarde tudo para amanhã se poderás morrer hoje. Penso que a morte seja necessária, assim como o ponto médio das coisas.. Penso que viveríamos no ponto médio da morte, ou não!

Paola Cessel Pereira.
Ivinhema - MS

domingo, 19 de setembro de 2010

a liberdade.

Confesso que poucas vezes me senti tão confortável em ser livre como hoje.
Ah, a Liberdade, nunca entendi realmente o que essa palavra quer dizer, mas confesso que me sinto parte dela... não pelo L, ou o A [que se enquadram em pAoLA] mas pela brisa no rosto em uma manhã de domingo a qual você levanta e pode, singelamente, acender um cigarro sentada em sua cama enquando pensa no que o seu dia lhe proporcionará.
A tal liberdade de ouvi a sua música preferida ao nível sonoro que quizeres, a tal liberdade de almoçar um salgado e comer arroz no café da tarde.
Não venho aqui refletir sobre a liberdade de morar em barracas, saltar de para-quedas ou a de viajar sem rumo.. venho aqui tentar expressar o quanto podemos ser livres em nosso cotidiano, em nossas simples escolhas, desde a de não ir ao colégio hoje até a de pintar o cabelo de rosa.
Não me é estranho que as pessoas sejem engessadas pela sociedade, não que os tidos livres não sejem mas é que eles tem uma conciencia maior da alienação, a sociedade é sufocante, hipócrita..
Quem aqui nunca quiz mandar outra pessoa 'ir se fuder'? Sou a única? Espero que não..
Tenho lido alguns textos que nos diz que a expressão de nossos sentimentos é tão importante quando o ar que respiramos..
Sim, mas tenho pensado que a liberdade esteja apenas na expressão de nossos sentimentos, na consolidação de nossos pensamentos, na construção e nosso fazer pessoal... No nosso re-fazer sentimental.

Paola Cessel Pereira
[19 Set 2010]