Você se
lembra de quantos dias complicados teve na vida?
Lembras
dos porquês?
Lembras
tudo que jurastes que ia não ia fazer e fez no dia seguinte?
Sim, eu
não lembro. Eu espero que você não faça como eu, dias complicados
(não?) são para sempre, porem, se continuarmos cometendo os mesmos
erros estes dias continuaram a aumentar, visto que sempre temos novos
motivos, e, se, não conseguirmos consertar os erros antigos, eles se
juntaram com os novos e, então, nós seremos apenas erros.
Todo
comportamento pode ser modificado, todo erro pode ser corrigido. O
difícil, talvez nem seja entender isto, mas sim conseguirmos nos
mantermos equilibrados, para que nosso erro não nos afete, não
altere a nossa saúde mental.
O mais
difícil, pelo menos pra mim, é aceitar que nem tudo me faz bem, nem
tudo que é bom, é bom realmente. A nossa sociedade tem um modo
estranho de tratar a dificuldade das pessoas, muitas vezes ela tenta
mascarar estas dificuldades, porem, você, eu e quem mais sofrer com
a dificuldade sempre entende o quão doloroso é tê-las.
Estudando
outro dia um texto de Terapia familiar, pude compreender que
possuímos em nosso self três instancias muito importante, os
exilados (que são os responsáveis pelo sofrimento e pelo sentimento
de tristeza), os ..... (que são os responsáveis pela nossa busca
pela perfeição, nossa busca sem fim pelo melhor, o que nos motiva)
e os bombeiros (que é quem de fato apaga o fogo desta briga quando
os exilados estão ganhando, que são o álcool, o tabaco e as
drogas) e tive um insight, estou na profissão errada, deveria ser
bombeira! Não, isto não é uma piada, mas sim uma crítica
FORTÍSSIMA ao meu estilo de vida, não posso, não devo esperar a
vida passar enquanto eu me anulo para o mundo, enquanto eu durmo ao
efeito de álcool e outras drogas. Um minuto de anestesia, de
interrupção, é mais um minuto perdido na busca pelo que almejo e
desejo para o futuro, futuro esse que, infelizmente, só eu posso
construir; mas então, como me organizar de modo com que eu consiga
viver sem estas anestesias? Confesso que ainda não sei, mas é
exatamente esse o exercício que devemos fazer todos os dias. O medo
de ficarmos a sós com nós mesmos tem de acabar, essa alienação
gritante que nós tanto tentamos fugir, essa práxis que nos envolve
cada vez que usamos um método de fuga diferente que acaba nos
deixando no mesmo lugar, afinal, uma fuga não é uma resolução,
ela é apenas uma fuga, bem como um dia complicado não é nada mais
que mais um dia complicado!
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