Hoje provei mais uma vez o sublime prazer do desconhecido, não neste sentido pejorativo que a sua fantasia logo se reportou, mas sim naquele prazer intenso, sublime, naquele momento mágico que só desconhecidos que conversam como se conhecessem anos a fio conversam.
Hoje me peguei conversando sobre a vida, não só, mas em multidão, mas deixo claro, não aquela multidão qualquer que se arruma em qualquer boteco de esquina, eu estava em uma multidão respeitosa, importante e o mais satisfatório, não-silenciosa.
Hoje, não mais que hoje, conversei sobre meus medos, meus métodos de enfrentamento, me expliquei e expliquei aos outros como de fato eu tentava lidar com a vida. Alias, a vida, é justamente sobre esse ponto que conversávamos, dizíamos sobre a vida, a morte, a doença, a perda, o futuro, os planos.. todos já conhecidos muito bem por nós mas nunca exposto aos outros.
Mais uma vez, me peguei sentada na mesma praça que anos atras lá estava eu, sentada tambem, conversando sobre as mesmas coisas porém com pessoas diferentes, que fique claro que não são pessoas diferentes devido intrigas ou mudanças de 'personalidade', mas sim pessoas diferentes a qual tenho o prazer, o tal prazer sublime, de conhecer sempre, dentro do possível. Pessoas as quais para obterem felicidade se abdicaram de bens materiais, de um outro estilo de vida, pessoas a qual a liberdade lhes faz mais sentido do que qualquer outra importância, seja em espécie ou em circunstâncias.. Agradeço a oportunidade de aprendizado, de conversa, de confiança... Agradeço aquela ida ao porto e a minha facilidade de socialização, agradeço meus não preconceitos, meus não nojos, minhas possíveis convicções. Te juro, rezo, rezo para que aqueles dois cheguem onde querem na vida, se é que almejam algum lugar, espero que cheguem à seus destinos, e que voltem a ter destinos, espero um ciclo inesgotável de vivacidade, assim como vi hoje.
Obrigada por estas 24 hrs, obrigada pelas oportunidades, obrigada pela felicidade.